Sudeste registra 83% dos prejuízos de roubo de carga em 2024

São Paulo está no epicentro com 45,8% dos sinistros

Amanda Fuzita, da CNN

Sudeste lidera os prejuízos por roubo de carga, • Foto: Arquivo/Agência Brasil

 

O Sudeste foi a região recordista em prejuízos envolvendo roubo de carga, avançando de 82,9% em 2023 para 83,6% em 2024.

São Paulo totalizou 45,8% dos sinistros, seguido por Rio de Janeiro (25%) e Minas Gerais (12,1%). A respeito das demais regiões, o Nordeste somou 11,7% dos sinistros, à frente do Sul (2%), Centro-oeste (1,8%) e Norte (0,9%). A divisão dos prejuízos se assemelha à de 2023, exceto pelo Sul, que apresentou redução de 6,5% para 2%.

Os dados foram divulgados no report “Análise de Roubo de Cargas” de 2024 da Nstech, empresa de software para supply chain na América Latina.

Em 2023, o estado representava 18,9% dos prejuízos, mas esse número saltou para 25% em 2024. No terceiro trimestre do ano, o Rio ultrapassou São Paulo pela primeira vez, com 45,8% das ocorrências, contra 36,6% do estado paulista. Esse crescimento alerta o setor de transporte para um possível agravamento do problema em 2025.

Trechos urbanos são os mais visados

Os crimes ocorreram, em sua maioria, em trechos urbanos, responsáveis por 34,1% dos prejuízos. Além disso, o levantamento aponta que a maior parte dos roubos aconteceu às segundas-feiras (40%), com incidência maior no período noturno e nas madrugadas (57,4%).

No Rio de Janeiro, as tardes foram os horários mais vulneráveis para roubos (38%), e os dias mais perigosos foram as quintas-feiras (21,8%) e quartas-feiras (18,5%). Já em São Paulo, a noite registrou 41,5% dos sinistros, com maior número de casos às segundas-feiras (26,8%). Em Minas Gerais, as madrugadas foram o período mais crítico, concentrando 51% dos roubos.

Produtos alimentícios e cargas fracionadas são os mais roubados

Os criminosos concentraram suas ações em cargas fracionadas (mercadorias de diferentes segmentos transportadas no mesmo veículo) e produtos alimentícios, que juntos responderam por 72,5% dos prejuízos.

Em 2023, essa categoria representava 66,7% do total sinistrado. Os eletrônicos ficaram em terceiro lugar no ranking de cargas mais roubadas, enquanto os cigarros, que ocupavam essa posição no ano anterior, agora representam apenas 2,5% do prejuízo total. As áreas urbanas seguem como os pontos mais vulneráveis, concentrando 34% do valor total dos roubos.

Em São Paulo, 51,5% das perdas ocorreram nessas regiões. Entre as rodovias, a BR-116 dobrou sua participação nos prejuízos, saltando de 6,1% em 2023 para 12% em 2024. O trecho mais crítico foi SC-SP, com 14,8% das perdas. Já a BR-101 também registrou alta nos prejuízos, passando de 5,6% para 7%, sendo que o trecho RJ-RJ concentrou 32,9% das perdas.

Investimento em tecnologia reduz prejuízos

Apesar do aumento nos roubos em algumas localidades, a taxa de sinistros evitados ou recuperados pelas gerenciadoras de risco da nstech – BRK, Buonny e Opentech – ficou acima de 74%. Além disso, a taxa de sinistralidade teve uma redução de 32% entre 2023 e 2024, o melhor índice registrado até o momento.

De acordo com Maurício Ferreira, Vice-Presidente de Inteligência de Mercado da nstech, essa redução se deve a investimentos em tecnologia e processos de análise preditiva. “Com os avanços da tecnologia, conseguimos ser mais assertivos na distinção entre um sinistro real e um alarme falso causado por erro do motorista ou falha do equipamento”, explicou.

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