Votação, marcada por idas e vindas em nomes indicados pela União controladora, acontece hoje a partir das 15h, em assembleia geral ordinária (AGO)
Por: Graziella Valenti
Um grupo de acionistas minoritários da Petrobras planeja tentar uma mudança de última hora na estratégia de votação, na assembleia geral ordinária de hoje, para que a estatal saia do encontro com cinco representantes de mercado eleitos para o conselho de administração. Não há garantia que a iniciativa terá sucesso, mas as chances são consideráveis. Se confirmada, haverá uma representativdade inédita na estatal e levará a empresa a ter um colegiado de 13 membros — e não os 11 previstos. Esse total se tornará necessário para que a União garanta a maioria na formação.
Sempre bom lembrar que a Petrobras é a maior companhia brasileira, com uma receita líquida superior a R$ 450 bilhões em 2021. É também atualmente a empresa com maior valor de mercado na B3, avaliada em mais de R$ 460 bilhões, e com uma participação da ordem de 11% na composição do Índice Bovespa.
O espaço para essa tentativa dos minoritários se abriu com a perspectiva de um quórum elevado para o encontro, que está marcado para começar às 15 horas, somado à confusão provocada pelo Planalto para essa eleição.
A chapa de conselheiros indicada pela União controladora que foi colocada no boletim de voto à distância não é mais válida em seu conjunto (nela consta, por exemplo, o nome de Rodolfo Landim para chairman, que já declinou da posição). Situação semelhante ocorre com os investidores estrangeiros com posição em ADRs, que precisam votar com alguma antecedência e receberam uma cédula agora desatualizada. No fim das contas, apenas os presentes na assembleia no momento de sua realização é que poderão remanejar seus votos, o que inclui a União e garante a eleição dos seus indicados.
Para que a estratégia dos cinco nomes de mercado funcione, é preciso que Rodrigo Mesquita Pereira, que concorre na eleição em separado para acionistas donos de ordinárias com Ana Marta Veloso e Francisco Petros, seja retirado dessa disputa. Mesquita Pereira seria então colocado para votação em sistema de voto múltiplo.
A confusão causada pelo Planalto, motivada por um desejo de interferir no preço dos combustíveis, garantiu uma concentração de votos favoráveis nos nomes de Juca Abdalla e Marcelo Gasparino para aqueles que manifestaram antes suas escolhas, pelo boletim de voto à distância.