José Cruz/ Agência Brasil

“Tem de descentralizar e delegar”, diz Lira sobre articulação de Lula

O presidência da Câmara, Arthur Lira, também criticou o presidente, afirmando que ele deveria focar em reformas estruturantes e sociais

Metrópoles/Deborah Hana Cardoso
José Cruz/ Agência Brasil

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), criticou, nesta segunda-feira (15/5), a articulação política do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo ele, o PT tem centralizado as operações, não dando espaço para outros partidos se movimentarem dentro do jogo político.

“O que há, não é só com a Câmara, mas no Senado também, é uma dificuldade do governo. Essa situação é colocada no bastidor, o que eu penso e apelo, é que o governo precisa de três movimentos: […] descentralizar, confiar e delegar. Ele descentralizando, confiando e delegando, ele melhorará sua articulação politica”, analisou Lira durante uma entrevista à BandNews.

De acordo com o deputado, o PT capturou todo o governo para si. “O momento está muito centralizado no PT, não tem aberto a mão para posições de articulação de sua base aliada [no Congresso Nacional] e tem vários deputados que foram aliados do presidente já na eleição”, disse.

Ele afirmou que a articulação deveria estar, em partes, nas mãos desses parlamentares, e não nas de quem aderiu após a eleição. Além de Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais — pasta que trata da articulação política do governo — apenas o líder do governo no Congresso não é petista, mas da Rede. Partidos do Centrão ficaram de fora dessas posições.

“Foque nisso”

Ainda na onda das críticas, Lira afirmou que Lula deveria focar o terceiro mandato em realizar mudanças estruturantes e sociais no país, e não na polarização com a direita.

“Vereador, deputado, prefeito, governador, presidente da República, senador, ninguém se elege para errar, para não cumprir sua missão, eu parto do princípio da boa-fé. O presidente Lula não é diferente, ele é um homem vitorioso por ter presidido o país duas vezes, sofreu o que sofreu, teve o reconhecimento democrático do país e num país dividido, mas teve”, declarou.

“Temos de pensar da seguinte maneira, ele [Lula] é um homem de 77 anos, que tem essa vontade de fazer as mudanças estruturantes sociais no país, foque nisso”, disse. “Foque em diminuir desigualdades, em tratar o social, na saúde, educação, foque no que sempre o representou como homem de esquerda, de pautas sociais”, defendeu.

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