O que são ondas de calor e como elas se formam?

Aumento das temperaturas está relacionado à umidade; Brasil já enfrenta terceira onda de calor apenas neste ano

Ana Beatriz Dias, da CNN São Paulo

Onda de calor também esteve presente na primavera de 2023, onde os termômetros ultrapassaram os 40ºC
BRUNO ROCHA/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO

Nesta semana, uma nova onda de calor tomou conta do Brasil e deve se intensificar em parte do país ainda nos próximos dias.

Conforme o Inmet, nesta sexta-feira (15), 24 estados e o Distrito Federal estão em alerta para algum tipo de perigo envolvendo a onda de calor ou chuvas intensas. Só em 2024, essa já é a terceira onda de calor registrada no país.

Mas afinal, o que são as ondas de calor e como elas se formam?

A porta-voz da Climatempo, Maria Clara Sassaki, explica que uma onda de calor acontece quando a temperatura fica pelo menos cinco graus acima da média, por mais de cinco dias seguidos.

Sassaki explica que a temperatura está relacionada com a umidade: “quando o ar está úmido, a temperatura fica mais baixa, e quando o ar está seco, o calor aumenta.”

Ou seja, a onda de calor é consequência de uma massa de ar seco que é proveniente de bloqueios atmosféricos, mais comuns nos meses de inverno, mas que também podem acontecer no verão.

“Um bloqueio atmosférico é uma circulação de ventos no alto da atmosfera, que impede o avanço de frentes frias do Sul para o Sudeste. Como as frentes frias transportam umidade, durante um período de bloqueio, essa umidade não chega no continente e, por isso, o ar seco ganha força e o calor aumenta”, explica a Sassaki.

Esse forte centro de alta pressão atmosférica que está sobre o Sul do Brasil nesta semana vai se mover gradualmente rumo ao Sudeste, estendendo a onda de calor até o fim do verão, no dia 20 de março.

Regiões serão afetadas pela onda de calor até o dia 20 de março / Reprodução/Climatempo

O fenômeno El Niño tem impacto nessa onda?

Maria Clara ainda aponta que a “culpa” não é só do El Niño, fenômeno que está presente desde a metade de 2023 e aquece as temperaturas da superfície dos oceanos no Pacífico oriental e central.

“O El Niño potencializa os eventos severos, como as ondas de calor, porque deixa a atmosfera mais quente que o normal, mas também temos as mudanças climáticas que contribuem bastante para as alterações de padrão”, relata.

Até o ano de 2022, o fenômeno climático oposto que atuava. Conhecido como La Niña, ele é capaz de deixar a atmosfera mais resfriada, potencializando as ondas de frio.

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