Haddad atribuiu má avaliação da economia a desinformação nas redes sociais

IstoÉDinheiro/Matheus Almeida

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (Crédito: REUTERS/Adriano Machado)

 

O ministro da Fazenda Fernando Haddad atribuiu a má avaliação dos indicadores econômicos a campanhas de difamação promovidas por oponentes políticos nas redes sociais. “Nós temos um desafio comunicacional”, disse.

“Nós temos uma oposição que atua para minar a credibilidade das instituições, dos dados oficiais, do Estado brasileiro, e eles atuam diuturnamente nas redes sociais”, continuou. “As últimas investigações dão conta da quadrilha que estava no poder.”

A análise foi feita durante sabatina em congresso da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). O ministro respondia a jornalista Miriam Leitão, que questionou por que a última pesquisa Quaest mostra uma piora na avaliação da economia, apesar da surpresa positiva em indicadores como emprego e inflação.

Isenção de imposto sobre a carne

“O ministro da Fazenda ou é derrotado ou parcialmente derrotado, não existe a possibilidade do ministro ganhar”, afirmou em resposta a questionamentos sobre se o imposto sobre a carne representava um revés para a Pasta.

O ministro falou porém que espera que as armas voltem a proposta de imposto seletivo durante a discussão da reforma no Senado. “Tem várias discussões acontecendo e que devem ser analisadas pelos senadores com o tempo necessário. Nós temos um semestre tranquilo para fazer essa discussão.”

O ministro defendeu também o projeto que estabelece a reoneração da folha de pagamento de 17 setores e que tramita atualmente no senado. Haddad afirmou que há “11 estudos” mostrando que a medida não deu certo.

Questionado sobre as falas de empresários de que o fim da desoneração acabaria em uma demissão em massa, o ministro respondeu: “Você já viu empresário falar alguma coisa diferente? Tenho que me basear em estudo acadêmico, gente que não tem interesse pessoal.”

Dólar e Banco Central

Para Haddad, Lula tem o direito de se queixar de pontos da gestão de Campos Neto. “Ele é o primeiro presidente que está tendo o desafio de lidar por dois anos com um presidente do Banco Central indicado pelo governo anterior. É desafiador.”

O ministro defendeu que a autonomia do órgão deve ser da política partidária e de interesses pessoais. “O presidente, diante de algumas evidências, ficou um pouco indignado – na minha opinião com certa razão porque não foi só ele, houve editorias de jornal falando deste mesmo assunto – mas depois passou. Não vamos ficar remoendo isso.”

O ministro conclui afirmando que tem confiança na diretoria do BC. “É um corpo técnico muito qualificado.” Ainda assim, disse ser contra o projeto que busca transformar a autarquia em uma empresa pública.

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