Presidente dos EUA, Donald Trump, aperta a mão da chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, após anúncio de acordo comercial entre EUA e UE, em Turnberry, Escócia 27/07/2025 (Crédito: REUTERS/Evelyn Hockstein)
Os Estados Unidos dependem mais das importações da União Europeia do que se supõe, com o bloco ultrapassando a China tanto em valor total quanto em número de produtos vendidos aos norte-americanos, de acordo com um estudo do instituto econômico IW da Alemanha.
Essa dependência cresceu significativamente nos últimos 15 anos, com o número de grupos de produtos nos quais pelo menos 50% das importações dos EUA vieram da UE aumentando para mais de 3.100 no ano passado, em comparação com mais de 2.600 em 2010, de acordo com o IW.
As descobertas sugerem que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, poderia ter tido mais força do que demonstrou nas negociações tarifárias com Washington, que levaram à imposição de uma taxa básica de 15% sobre a maioria dos produtos da UE, segundo a IW.
O valor total das importações desses bens — que incluem produtos químicos, máquinas e equipamentos elétricos — atingiu US$287 bilhões, quase 2,5 vezes mais do que em 2010.
Em comparação, no ano passado, a China foi responsável por 2.925 desses grupos de produtos, com um valor total de US$247 bilhões.
A dependência dos EUA em relação à China diminuiu significativamente ao longo do tempo, no decorrer de um processo óbvio de redução de riscos, disse a IW.
Os produtos da UE com participações de importação consistentemente altas provavelmente serão difíceis de substituir no curto prazo, um fator que o bloco deve ter em mente se as tensões comerciais aumentarem, disse a IW.
Como último recurso, a UE poderia restringir a exportação de produtos críticos para a economia dos EUA, disse o instituto.
Embora os dados comerciais por si só não consigam captar totalmente o quanto esses produtos são essenciais para os compradores dos EUA, o estudo “pode ser usado para deixar claro para os americanos que, se continuarem a aumentar as tarifas, estarão dando um tiro no próprio pé”, disse a coautora Samina Sultan.