Presidente ucraniano adota tom pragmático em novas conversas e tenta endurecer posição do governo americano quanto a Moscou
CNN Brasil/Da: Reuters

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, se encontrou com o líder americano, Donald Trump, à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas nesta terça-feira (23).
Durante a reunião entre os líderes mundiais, Zelensky pediu que a pressão sobre a Rússia seja intensificada enquanto tenta persuadir Trump a apoiar mais firmemente o esforço de guerra de Kiev.
“Precisamos de mais pressão, mais sanções agora com os Estados Unidos, em primeiro lugar, e com a Europa”, disse Zelensky em seu discurso de abertura, acrescentando que queria discutir o apelo de Trump para que todas as potências europeias restantes parem de comprar energia russa.
Trump ameaçou medidas econômicas contra a Rússia em seu discurso anterior à Assembleia Geral da ONU, mas disse que queria que os aliados dos EUA tomassem as mesmas ações, ridicularizando algumas potências europeias por continuarem comprando energia russa apesar da guerra.
O presidente americano descreveu seu encontro com Zelensky como “importante” em um dia movimentado de negociações.
O líder ucraniano disse a repórteres que queria discutir o envolvimento dos EUA nas garantias de segurança ocidentais para a Ucrânia como parte de um futuro acordo pós-guerra durante as negociações.
Ele também deveria abordar como melhorar as defesas aéreas da Ucrânia e marcar uma reunião entre os líderes da Rússia e da Ucrânia como parte do esforço de paz de Trump, disse uma fonte da delegação ucraniana à agência de notícias Reuters antes das negociações.
Ucrânia adota novo pragmatismo
As esperanças de Kiev de obter novas sanções severas dos EUA contra a Rússia vêm se esvaindo.
Um novo pragmatismo na Ucrânia tornou as últimas conversas de Zelensky com Trump menos tensas do que as anteriores, com lições aprendidas com a confusão no Salão Oval em fevereiro.
Embora Kiev não espere nenhuma nova ajuda militar direta dos EUA, seu esforço de guerra depende fortemente do compartilhamento de inteligência dos EUA e de um novo mecanismo que permite à Europa comprar armas americanas, como defesas aéreas.
Isso torna a preservação do relacionamento com Trump vital para Kiev, embora os ucranianos tenham ficado decepcionados com a reorientação de suas políticas, afastando-se do apoio militar e diplomático inequívoco que Kiev recebeu do ex-presidente Joe Biden.
Os ucranianos ficaram chocados quando Trump concedeu um tratamento com direito até a tapete vermelho ao presidente russo, Vladimir Putin, em uma cúpula no Alasca, e acreditam que Moscou não interromperá a guerra a menos que enfrente forte pressão externa, incluindo sanções.
O presidente dos EUA ameaçou repetidamente impor medidas econômicas punitivas à Rússia, mas ainda não as colocou em prática, no que autoridades americanas consideram um esforço para dar ao movimento pela paz uma chance de sucesso.
Trump ameaçou medidas econômicas contra a Rússia em seu discurso anterior à Assembleia Geral da ONU, mas disse que queria que os aliados dos EUA tomassem as mesmas ações, ridicularizando algumas potências europeias por continuarem comprando energia russa apesar da guerra.