Após quase cinco horas de conversas em Moscou, enviado do Kremlin diz que encontro com Witkoff e Kushner foi “produtivo”
Metrópoles/Manuela de Moura

O representante especial de Vladimir Putin, Kirill Dmitriev, manifestou-se sobre as quase cinco horas de reunião nesta terça-feira (2/12) entre o presidente russo e a delegação norte-americana, composta pelo enviado especial Steve Witkoff e pelo conselheiro informal Jared Kushner em Moscou.
Em postagem ao lado de Witkoff, o enviado especial do Kremlin usou o emoji de pomba branca e avalizou a reunião como “produtiva”, sinalizando esperança de avanços nas negociações.
Witkoff deixou o Kremlin e seguiu para a Embaixada dos Estados Unidos na capital russa após o encontro, que contou ainda com a presença dos assessores de Putin, Yuri Ushakov e Dmitriev.
O Kremlin informou que não havia limite de tempo para as negociações, permitindo que os participantes discutissem “pelo tempo que fosse necessário”.
Moscou recebeu documentos adicionais
O assessor presidencial russo Yuri Ushakov informou que o presidente Vladimir Putin transmitiu saudações a Donald Trump por meio do enviado especial Steve Witkoff, além de sinais políticos durante a reunião em Moscou.
Moscou recebeu quatro documentos adicionais, além do plano inicial de 28 pontos apresentado por Trump. Putin indicou que a Rússia poderia concordar com alguns aspectos do plano, mas criticou outros.
As partes reafirmaram disposição de continuar trabalhando para alcançar um acordo, e a possibilidade de um encontro direto entre o líder do Kremlin e republicano dependerá do progresso obtido.
Rússia e EUA também concordaram em conduzir negociações por meio de assessores e representantes do Ministério das Relações Exteriores, mantendo sigilo sobre o conteúdo das conversas.
As conversas em Moscou dão sequência às discussões realizadas na Flórida no domingo (30/11), que envolveram Witkoff, Kushner, o senador Marco Rubio e a equipe ucraniana liderada por Rustem Umerov. Na ocasião, os temas incluíram garantias de segurança, eleições, cronogramas militares e arranjos territoriais, sendo classificadas como “difíceis, produtivas e complicadas”.
Avanços no front
Paralelamente à diplomacia, Moscou anunciou avanços militares no leste da Ucrânia, afirmando ter assumido o controle das cidades estratégicas de Pokrovsk e Vovchansk. Kiev contesta as alegações, citando exageros russos e dificuldades com desgaste das linhas de defesa e mobilização das tropas.
O aval de Dmitriev à reunião como produtiva é interpretado por analistas como um sinal positivo, mas ainda cauteloso, sobre a possibilidade de avanços concretos na negociação de um acordo de paz para a Ucrânia.
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