PF concluiu nesta terça-feira (17) as investigações sobre o caso e mais de 30 pessoas foram indiciadas; organização monitorava e perseguia autoridades públicas

A Polícia Federal concluiu nesta terça-feira (17), as investigações do caso conhecido como “Abin Paralela”, que apura o uso ilegal de ferramentas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar adversários políticos durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
A investigação aponta que ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), deputados e jornalistas tiveram suas localizações rastreadas. As ações do grupo incluíam a criação de perfis falsos, divulgação de fake news, acesso ilegal de computadores, aparelhos de telefonia e infraestrutura de telecomunicações para o monitoramento das vítimas — especialmente em 2021, período pré-eleitoral.
A CNN lista a seguir os principais alvos da espionagem:
Poder Judiciário:
- Luís Roberto Barroso, presidente do STF;
- Alexandre de Moraes, ministro do STF;
- Dias Toffoli, ministro do STF;
- Luiz Fux, ministro do STF.
Poder Legislativo:
- Arthur Lira (PP-AL), deputado e ex-presidente (atual na época) da Câmara dos Deputados;
- Rodrigo Maia (PSDB-RJ), deputado e ex-presidente da Câmara dos Deputados;
- Kim Kataguiri (União-SP), deputado federal
- Joice Hasselmann (Podemos-SP), ex-deputada federal
- Alessandro Vieira (MDB-SE), senador
- Renan Calheiros (MDB-AL), senador
- Randolfe Rodrigues (PT-AP), senador
*Os três últimos integravam a CPI da Covid no Senado
Poder Executivo
- João Dória, ex-governador de São Paulo;
- Hugo Ferreira Netto Loss, servidor do Ibama;
- Roberto Cabral Borges, servidor do Ibama;
- Christiano José Paes Leme Botelho, auditor da Receita Federal;
- Cleber Homen da Silva, auditor da Receita Federal;
- José Pereira de Barros Neto, auditor da Receita Federal.
Jornalistas
- Mônica Bergamo;
- Vera Magalhães;
- Luiza Alves Bandeira;
- Pedro Cesar Batista.
Próximos passos do caso
O ministro do Supremo, Alexandre de Moraes enviará o relatório com mais de 800 páginas da PF para ter uma manifestação da PGR.
Sem prazo, a PGR pode oferecer denúncia contra os mais de 30 indiciados, denunciar de forma parcelada, com menos nomes na lista, devolver o caso para novas diligências da PF ou arquivar a denúncia, se entender que não houve crime.
*Com informações de Douglas Porto e Elijonas Maia