Após renderem mais que o triplo do Ibovespa em junho, analistas apontam que essas ações podem ter novo salto de valorização com queda dos juros prevista para agosto. (Imagem: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Ações que renderam 27% em junho podem ter multiplicação de até 5 vezes com a ajuda de Campos Neto
10/07/202311 Visuzalicações
Por: Leticia Camargo
Após renderem mais que o triplo do Ibovespa em junho, analistas apontam que essas ações podem ter novo salto de valorização com queda dos juros prevista para agosto. (Imagem: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Um cenário econômico e político mais favorável permitiu que algumas ações tivessem uma valorização fora da curva em junho.
Com dados de inflação abaixo das estimativas do mercado e a perspectiva de queda dos juros em agosto, o Ibovespa teve um rendimento de 7,8% no mês.
Mas o que realmente chamou a atenção foi uma carteira de ações em específico, que rendeu 27% no mesmo período. Isto é, mais que o triplo do principal índice da bolsa.
A carteira em questão continha 11 ações microcaps. Se você não está familiarizado com o termo, trata-se de papéis de empresas com baixa capitalização e valor de mercado considerado pequeno, de até R$ 5 bilhões.
Por conta de sua baixa capitalização, essas empresas possibilitam maiores lucros com a valorização das ações quando a maré está favorável.
A responsável pela seleção de microcaps foi a Empiricus Research, a maior casa de análise financeira independente do país.
Percebendo que a bolsa de valores dá sinais de um novo bull market, os analistas da casa se anteciparam e selecionaram as ações com maior potencial de multiplicação para surfar a tendência de alta.
O resultado foi positivo: uma alta de 27% na carteira em um mês. Mas o que está por vir pode ser ainda melhor, na opinião deles.
A expectativa de que o Copom (Comitê de Política Monetária), órgão do Banco Central do qual Roberto Campos Neto faz parte, possa baixar os juros na próxima reunião dá uma perspectiva ainda melhor para as microcaps.
Felipe Miranda, CEO da Empiricus Research, acredita que pode haver uma redução de 50 pontos-base na reunião, marcada para 2 de agosto. Ou seja, uma Selic a 13,25% ao ano.
Se esse cenário se concretizar, as microcaps podem simplesmente multiplicar por até 5 vezes o dinheiro investido, nas projeções dos analistas.
Nas últimas vezes que isso aconteceu, as microcaps entregaram até 25.858% de lucro
O cenário econômico e político mais positivo já começou a dar resultado para a bolsa. No mês anterior, algumas ações surfaram valorização de mais de 100% com a perspectiva dos juros mais baixos.
Mas essa foi apenas a primeira “pernada” de alta. Com a concretização de uma Selic mais baixa, os analistas esperam que a bolsa vivencie um bull market consistente.
Esse é um fenômeno natural e cíclico, isto é, que tende a se repetir regularmente. Ele nada mais é do que uma alta generalizada dos ativos listados na bolsa, que tendem a passar por valorizações bastante expressivas durante um determinado período.
Mas essa não é a primeira vez que a bolsa sinaliza um bull market. Historicamente, esse movimento já se repetiu muitas vezes. Além disso, ele costuma se dar após um longo período de crise.
Acredito que todos que estão lendo passaram pelas duas crises mais recentes que tivemos no Brasil e no mundo, que foram nos anos de 2008, com a bolha imobiliária dos EUA, e em 2016, com o impeachment de Dilma Rousseff.
Em ambas as ocasiões, o mercado financeiro estava à beira do abismo com ações a “preço de banana”, empresas falindo e desemprego em massa… Mas curiosamente, sabe o que aconteceu depois? Tanto em 2008 quanto em 2016, após o longo período de incerteza, a bolsa brasileira começou a se recuperar.
Após a crise de 2008, por exemplo, algumas ações da bolsa subiram cerca de 400% em questão de meses com a retomada do mercado.