MONEY TIMES/Por: Reuters

A Advocacia-Geral da União (AGU) vai ingressar com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para defender o decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que elevava alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e foi derrubado pelo Congresso Nacional, anunciou nesta terça-feira o advogado-geral da União, Jorge Messias.
“Nós estaremos neste momento apresentando ao Supremo Tribunal Federal um pedido para que possa ser restaurado os efeitos do decreto”, disse Messias em declaração a jornalistas após uma análise jurídica feita pela AGU.
“A avaliação técnica dos nossos advogados, e que foi submetida ao senhor presidente da República, foi que a medida adotada pelo Congresso Nacional acabou por violar o princípio da separação de Poderes”, acrescentou,
A derrubada do decreto pelo Congresso eliminou o aumento do IOF implementado pelo governo, que argumentava que buscaria corrigir distorções do sistema tributário com a medida, que aumenta a arrecadação.
O anúncio da AGU é mais um desdobramento das disputas sobre o tema, que tem sido marcado por idas e vindas.
Em maio, o Executivo anunciou uma contenção de R$ 31 bilhões em despesas de ministérios para respeitar regras fiscais, corte que não foi mais amplo porque veio acompanhado de decreto que elevou o IOF de uma série de operações de câmbio, crédito e previdência privada. A medida tinha previsão inicial de gerar R$ 20,5 bilhões em arrecadação neste ano.
Poucas horas depois, diante de queixas de agentes de mercado, o governo reverteu parte do decreto que tratava da elevação de alíquota para remessas voltadas a investimentos no exterior. O ajuste na medida não dissipou queixas do setor privado e de parlamentares.