Presidente afirmou achar ‘não ser possível’ permanência de Silvio Almeida no cargo, apesar de defender ‘apuração correta’
Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília

Paulo Pinto/Agência Brasil – 5.9.2024
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (6) “não ser possível” a permanência do ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, no cargo depois das acusações de supostos assédios praticados pelo ministro.
“Alguém que pratica assédio não vai ficar no governo”, garantiu o petista, ao destacar que é preciso conceder direito de defesa a Almeida e defender “apuração correta”. “Mas acho que não é possível a continuidade no governo”, ponderou.
Lula também declarou que vai discutir a situação do ministro com titulares de outras pastas federais — Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública), Vinicius Carvalho (Controladoria-Geral da União) e Jorge Messias (Advocacia-Geral da União). O presidente também vai consultar duas ministras a respeito do cenário. O petista não disse quais são essas mulheres.
Uma das supostas vítimas de Almeida seria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que ainda não se manifestou sobre as acusações. O ministro dos Direitos Humanos negou os episódios ainda nessa quinta (5), quando o caso veio à tona. O presidente afirmou que vai conversar com os dois ministros antes de tomar uma decisão e não descartou afastar Almeida, em vez de demiti-lo.
“É isso que vou decidir hoje à tarde. Primeiro, vou conversar com esses três ministros, mais duas mulheres que estão no governo, que são ministras. Depois, vou conversar tanto com o Silvio tanto com a Anielle, e vou tomar uma decisão, porque o governo precisa de tranquilidade”, destacou, em entrevista a rádios goianas.
“Então o que vai acontecer: fiquei sabendo disso ontem e pedi aos ministros da AGU, CGU e da Justiça que conversassem com as pessoas até eu chegar [em Brasília] hoje às 14h30. O que posso antecipar, alguém que pratica assédio não vai ficar no governo.
Eu só tenho que ter o bom senso, é preciso que a gente permita o direito à defesa, a presunção de inocência, tem o direito de se defender. Nós vamos colocar a Polícia Federal, o Ministério Público e a Comissão de Ética da Presidência da República para investigar”, acrescentou Lula.
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