Todos os destaques rejeitados no plenário nesta sexta-feira foram propostos pelo PL; confira próximos passos para a tramitação
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A Câmara dos Deputados analisou os destaques remanescentes e concluiu a votação da reforma tributária nesta sexta-feira (7). Com isso, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) vai à análise do Senado.
Dentre os destaques, um foi à frente (destaque 27) e retirou do texto benefícios previstos para indústrias das regiões Norte e Nordeste e fabricantes de veículos nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Outros três destaques rejeitados foram os seguintes (todos os quatro foram sugeridos pelo Partido Liberal):
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Destaque 32: Impediria o Imposto Seletivo de incidir sobre a base de cálculo do ISS, ICMS, IBS e CBS;
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Destaque 31: Impediria prefeituras de atualizar a base de cálculo do IPTU com base em leis municipais;
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Destaque 29: retiraria previsão de regime tributário específico para planos de assistência à saúde;
O primeiro passo para a votação da PEC no Senado é a definição de um relator para o texto. Ainda não se sabe qual dos senadores ficará responsável por oferecer um parecer para a matéria.
Nessa fase, o relator ouve outros parlamentares e setores da economia e da sociedade civil e pode implementar mudanças ao texto.
Na sequência, o texto passa pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, onde é analisada a sua admissibilidade. A redação ainda passa por uma comissão especial para analisar seu mérito (onde seu conteúdo pode ser alterado).
Enfim, a PEC vai ao plenário do Senado, onde depende da aprovação de 3/5 da Casa (ou seja, de 49 senadores). Nessa fase, a redação pode ser alterada por meio de negociações ou mesmo destaques.
Caso aprovada sem alterações, o texto segue para a sanção presidencial. Se a Casa Alta mexer na redação — o que provavelmente ocorrerá — as mudanças retornam à Câmara para serem avaliadas.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) disse a jornalistas esperar que o Senado implemente mudanças ao texto. Para Lira, durante a tramitação na Casa Alta, a tendência é de que os consensos ao redor do texto se fortaleçam.
Vale destacar que todo o rito pode ser alterado caso seja aprovado um requerimento de urgência, que leva o texto do relator diretamente ao plenário da Casa.
O presidente Lula, quando tiver o texto em mãos, pode vetar trechos ou sancioná-lo integralmente. Caso o petista interfira na redação, seus vetos ainda podem ser derrubados pelo Congresso.
A promulgação do texto é a etapa final e marca a incorporação da emenda à Constituição.
Conheça o texto
A implementação de um IVA dual — ou seja, dividido entre dois impostos, um nacional (CBS) e outro subnacional (IBS) — que substitua cinco tributos hoje existentes (PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS) é a espinha dorsal da proposta.
Entidades e articuladores da proposta estimam a alíquota do IVA deve girar em torno de 25%, a fim de manter a atual arrecadação em relação PIB. Ainda não há definição e o valor será regulamentado após estudos da Receita Federal.
A maior parte dos setores arcará com IVA integral, mas a redação da reforma prevê que produtos e serviços específicos vão pagar uma “alíquota diferencial“, equivalente a 40% da tarifa “cheia” do IVA. São eles:
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serviços de educação;
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serviços de saúde;
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dispositivos médicos e de acessibilidade para pessoas com deficiência;
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medicamentos e produtos de cuidados básicos à saúde menstrual;
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serviços de transporte coletivo de passageiros rodoviário, ferroviário e hidroviário, de caráter urbano, semiurbano, metropolitano, intermunicipal e interestadual;
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produtos agropecuários, pesqueiros, florestais e extrativistas vegetais in natura;
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insumos agropecuários, alimentos destinados ao consumo humano e produtos de higiene pessoa;
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produções artísticas, culturais, jornalísticas e audiovisuais nacionais.
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