Consignado CLT: portabilidade entre bancos começa hoje; veja como fazer

Nova medida autoriza mudança de instituição financeira com descontos na folha e uso do FGTS como garantia
CNN Brasil, São Paulo
Desde 16 de maio, os empregados já podem trocar dívidas no cartão de crédito e cheque especial, por exemplo, pelo Consignado CLT • Shutterstock

 

Os trabalhadores poderão trocar a dívida de empréstimos consignados de banco a partir desta sexta-feira (6). Os empregados poderão transferir a dívida de uma instituição para outra, desde que esteja habilitada no programa Crédito do Trabalhador.

Os interessados devem buscar os bancos para fazer a portabilidade do empréstimo consignado. Em outras palavras, a troca não poderá ser feita pela Carteira de Trabalho Digital.

O Ministério do Trabalho e Emprego publicou uma lista com os bancos que já aderiram. O passo a passo para simulação e contratação deve variar de banco para banco. Esses processos, via de regra, podem ser realizados em aplicativos, canais digitais, terminais de autoatendimento e agências bancárias.

Lançado em março, o Crédito do Trabalhador permite que trabalhadores contratem empréstimos com desconto direto na folha de pagamento e usem como garantia 10% do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e 100% da multa rescisória em caso de demissão.

A modalidade de crédito abrange empregados da iniciativa privada com carteira assinada, incluindo empregados domésticos, trabalhadores rurais e contratados por Microempreendedores Individuais (MEIs).

Desde 16 de maio, os empregados já podem trocar dívidas no cartão de crédito e cheque especial, por exemplo, pelo Consignado CLT.

Trabalhadores comprometem mais de 35% da renda com o consignado CLT, diz estudo do Serasa Experian divulgado nesta semana. O número está acima do limite de 35% do salário definido pelo governo federal.

Como avaliar se a taxa de juros e o custo total do empréstimo são vantajosos?

Para além da contratação do empréstimo consignado CLT, o trabalhador deve analisar seu orçamento, identificar prioridades e avaliar se o crédito é a melhor opção diante da saúde financeira da família, sugere o advogado trabalhista da TT&Co, Caio Bouckhorny.

Pesquisar: Compare as taxas de juros e as condições oferecidas por diferentes instituições financeiras.

  • CET: Analise o Custo Efetivo Total (CET) do empréstimo, que inclui todas as taxas, tarifas, seguros e demais despesas envolvidas na operação. O CET representa o custo real do empréstimo e permite comparar diferentes opções de forma mais precisa.
  • Simular: Utilize simuladores de empréstimo consignado para calcular o valor das parcelas e o impacto no seu orçamento.
  • Analisar: Verifique se o valor das parcelas cabe no seu orçamento e se será possível pagá-las sem comprometer suas finanças.
  • Negociar: Tente negociar a taxa de juros e as condições do empréstimo com a instituição financeira.

Quem pode solicitar o novo empréstimo para CLT?

Trabalhadores com carteira assinada, inclusive trabalhadores rurais e domésticos, além de Microempreendedores Individuais (MEIs), terão acesso à linha de crédito. O trabalhador terá uma margem consignável de até 35% do salário.

  • Acesse o aplicativo Carteira de Trabalho Digital (CTPS Digital);
  • Solicite a proposta de crédito;
  • Autorize que os bancos tenham acesso aos dados;
  • As propostas serão enviadas em até 24h;
  • Analise a melhor oferta;
  • Faça a contratação por meio do banco.

Como os pagamentos serão feitos?

Mensalmente, as parcelas serão descontadas na folha de pagamento do trabalhador, por meio do eSocial. Após a contratação, o trabalhador poderá acompanhar, mês a mês, as atualizações do pagamento.

E se houver demissão?

No caso de desligamento, o valor devido será descontado das verbas rescisórias, observado o limite legal de 10% do saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e 100% da multa rescisória.

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