O ex-presidente Jair Bolsonaro • Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
O destino de um recurso apresentado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) contra a condenação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que o tornou inelegível até 2030 divide ministros e técnicos do STF (Supremo Tribunal Federal).
A dança das cadeiras no tribunal, com a mudança de Luiz Fux, relator do caso, da Primeira para a Segunda Turma, criou um impasse a respeito do futuro de processos que estão sob sua relatoria.
Uma ala do STF defende que o caso deve seguir na Primeira Turma porque já houve decisão colegiada do órgão ao declarar, em maio, o ministro Cristiano Zanin impedido de participar da análise do recurso.
Esses ministros e servidores entendem que os processos que já começaram a ser julgados em uma Turma, seguem no colegiado. É o que indica o próprio site do tribunal, que mostra que a Primeira Turma é a preventa para analisar este recurso.
Outra ala sustenta que Fux pode levar o recurso com ele para a Segunda Turma, uma vez que os ministros da Primeira Turma somente analisaram questões processuais – como o impedimento de Zanin –, e não o mérito do recurso de Bolsonaro.
Ou seja, para esses ministros e técnicos, o julgamento, na prática, ainda não começou. E, por isso, o caso poderia seguir com Fux para a Segunda Turma.
A Primeira Turma do STF, por unanimidade, reconheceu o impedimento de Zanin para julgar o recurso em maio do ano passado. O próprio ministro constatou a necessidade de se declarar impedido.
Zanin observou que, ao atuar como advogado na campanha de 2022, apresentou um pedido de instauração de investigação judicial eleitoral contra Bolsonaro pelos mesmos motivos que deram origem ao recurso que agora está no STF.
Diante da decisão do colegiado, o caso foi redistribuído e o ministro Luiz Fux sorteado relator do recurso contra a decisão do TSE que condenou Bolsonaro e declarou sua inelegibilidade.