Por: Ascom

“O Brasil comete um enorme desastre administrativo ao não retomar imediatamente a construção da usina nuclear Angra III”. Essa foi a constatação feita pelo presidente da Frente Parlamentar Mista de Tecnologia e Atividade Nuclear, deputado Julio Lopes (PP), durante a feira de Negócios do Setor Nuclear NT2E/2025, realizada pela Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN). De acordo com o parlamentar, a energia nuclear é um setor cujo crescimento é cada vez maior e é onde o Brasil precisa estar, já que o país vive na economia uma momento de grande positividade, mas que infelizmente ainda não cuida com a devida atenção do setor nuclear.
– Angra III é a terceira maior usina nuclear do Brasil com uma capacidade energética de 1.400 megawats, gerando enorme economia para milhões de consumidores. O sistema nuclear brasileiro é extremamente rentável e de alta performance e com um setor de capacidade de mais de 90%, onde já foram investidos cerca de R$ 11 bilhões de reais nas obras de Angra III. Por isso é preciso que haja maior transparência em relação ao cronograma, custos, modelo de financiamento e o impacto no setor elétrico. Tivemos um crescimento de 1,2% no trimestre, acumulamos a oitava queda seguida do dólar; e mesmo assim continuamos sem cuidar da retomada de Angra III, o que é um equívoco nacional e internacional – explicou.
Julio lembra ainda que as contas de Angra III precisam ser segregadas das contas de Angra I e Angra II, que são usinas rentáveis e que dão bom resultados. Porém quando são misturadas, inviabilizam o sistema inteiro.
– Foram contratados 600 funcionários através de concurso para o funcionamento de Angra III que estão sendo pagos pelos sistemas de Angra I e Angra II, que onera muito o sistema nuclear brasileiro. Vale lembrar que Angra I e II tiveram juntas um investimento que já levou mais de $ 1 bilhão de dólares e que por diversas razões esteve com as obras paradas por mais de 20 anos com custos extremamente altos. Inclusive na última reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), o ministro da Casa Civil, Rui Costa, não concluiu a reunião e nem deixou marcada uma próxima data. Nós já temos mais de 63% da obra concluída, com dezenas de equipamentos comprados e armazenados em Angra, o que vem gerando um custo mensal de aproximadamente R$ 100 milhões – concluiu.