“Faltou planejamento e beirou a burrice”, diz ministro sobre Enel

Em entrevista coletiva, Alexandre Silveira criticou distribuidora e ressaltou necessidade de mais funcionários

Rafael Saldanha, da CNN , em São Paulo

Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira • CNN

 

“Faltou planejamento e beirou a burrice”, afirmou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, sobre a atuação da Enel em São Paulo.

Por causa da ventania histórica na região, mais de 500 mil clientes da concessionária ainda estão sem energia na manhã desta segunda-feira (14).

A Defesa Civil registrou ventos de 107,6 km/h na capital paulista, na noite de sexta-feira (11). É a marca mais forte desde 1995, segundo o órgão.

Em entrevista coletiva nesta manhã, o ministro criticou a Enel e ressaltou a necessidade de mais pessoas nas ruas para restabelecer o funcionamento de energia.

“O problema é físico, tem que ter gente para poder estar lá. (Beirou a burrice)… dela achar que ampliar e modernizar para diminuir gente, sem se preocupar com a questão urbanística, que ia resolver o problema”, disse.

Silveira afirmou que, neste primeiro momento, é preciso buscar uma solução para o problema. Depois, será feito um planejamento para melhorar a qualidade dos serviços da distribuidora.

“É o setor que mais requer dedicação, planejamento e possui desafios constantes. Nos leva, cada dia mais, a ver com clareza a necessidade de modernizar as políticas públicas, fiscalização e adaptar ao momento da questão climática”.

Sobre o contrato com a Enel, o ministro disse que os eventos climáticos severos estão expurgados da avaliação contratual.

“No decreto de distribuição que o Lula assinou, esses eventos climáticos severos não poderão ser expurgados. Ou seja, as distribuidoras passarão a ser penalizadas, caso elas não tenham uma previsão ou planejamento para evitar esse tipo de evento”.

Segundo o ministro, em um diferente contrato, ele tem “absoluta convicção” que a Enel não estaria “tão negligente como infelizmente estão em relação a qualidade de serviço em São Paulo”.

Na coletiva, ele ainda disse que deu três dias para a empresa restabelecer a maior parte da energia dos clientes de São Paulo. 

CNN questionou a Enel sobre as falas do ministro e aguarda retorno.

Críticas à Prefeitura

O ministro também criticou o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), sobre sua atuação para a melhoria e prevenção de quedas de energia na cidade.

“O prefeito de São Paulo aprendeu rápido quando fez uma fake news que nós não tratamos da renovação da distribuição da Enel. A Enel vence seu contrato em 2028, ela tem até 2026 para se manifestar”, disse.

Silveira ainda afirmou: “na verdade, ainda dá tempo do prefeito se preocupar com a questão urbanística de São Paulo. Nós não trabalhamos com narrativas, trabalhamos com fatos. Mais de 50% dos eventos foram causados por árvores caindo em cima do sistema de média e baixa tensão em SP”.

O ministro também disse que, os municípios que não cumprem com a responsabilidade de cuidar da questão urbana, em sinergia com o setor de distribuição, precisam dar liberdade para as distribuidoras cuidarem.

Em uma agenda nesta segunda-feira (14), o prefeito Ricardo Nunes afirmou que “não existe absolutamente nenhuma falha da Prefeitura”, no apagão na cidade.

(Com informações de Muriel Porfiro)

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