Mudança acalmaria os setores do Congresso que pressionam Pacheco a devolver a MP, sem que haja prejuízo ao plano do governo de melhorar a arrecadação por meio da reoneração da folha
São Paulo
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, aceitou estudar um novo formato para viabilizar a reoneração da folha de pagamentos, mas não cogita recuar do plano do governo de retomar a cobrança de impostos sobre a contratação de funcionários em setores hoje beneficiados pela desoneração.
Empenhado em sinalizar que não haverá atropelo ao Legislativo, o ministro indicou que pode estudar fatiar ou mesmo substituir a medida provisória sobre o tema que foi enviada ao Congresso no fim do ano passado, de acordo com fontes próximas às negociações ouvidas pela CNN.
O gesto do ministro de Haddad vem após a reunião realizada ontem com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para retomar as negociações de um acordo em torno da MP.
Após o encontro, o líder do governo, Jaques Wagner (PT-BA), chegou a negar que houvesse qualquer tipo de discussão sobre devolução da medida provisória pelo Congresso, linha seguida também pela Fazenda. Haddad, segundo interlocutores, tem insistido nas conversas sobre o tema que “não haverá mudança no mérito e sim na forma”.
A possibilidade de a desoneração ser apreciada no Congresso como projeto de lei não está descartada, desde que haja um acordo bem amarrado para apreciação da proposta.