ISTOÉ Dinheiro/Reuters
Por: Ricardo Brito e Lisandra Paraguassu

Alas opostas do União Brasil se uniram em defesa do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, após manifestação da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, em defesa do seu afastamento devido ao surgimento de uma série de denúncias, e deram sobrevida para ele permanecer no cargo, disseram fontes, acrescentando que o partido é imprescindível para o avanço da agenda de reformas do governo no Congresso.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Juscelino tiveram uma reunião na tarde desta segunda-feira no Palácio do Planalto para que o ministro pudesse esclarecer as denúncias feitas em uma série de reportagens publicadas pela imprensa, após Lula ter convocado o ministro a se explicar e afirmado que todos que forem culpados sairão do governo.
Após o encontro, o ministro usou o Twitter para indicar que ficará no cargo. “Sai há pouco do Palácio do Planalto, onde tive uma reunião muito positiva com o presidente @LulaOficial. Na ocasião, esclareci as acusações infundadas feitas contra mim e detalhei alguns dos vários projetos e ações do @mincomunicacoes. Temos muito trabalho pela frente!”, disse.
O Palácio do Planalto não se manifestou oficialmente sobre o encontro. Uma fonte palaciana indicou à Reuters que Lula disse a Juscelino para esclarecer publicamente as denúncias — algo que o ministro fez, em um vídeo, antes mesmo de ir ao Planalto.
Segundo reportagens publicadas pela imprensa, o ministro é acusado de usar um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para participar de um leilão de cavalos de raça. Ele também teria deixado de declarar pelo menos 2,2 milhões de reais em cavalos de raça ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Segundo duas fontes do Congresso, a escolha de Juscelino para o posto dividiu a cúpula do União Brasil, colocando em lados opostos o presidente do União Brasil, o deputado federal Luciano Bivar (PE), e o senador pelo partido e ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre (AP), responsável pela indicação do parlamentar.
No final de semana, os líderes das bancadas do partido na Câmara, Elmar Nascimento (BA), e do Senado, Efraim Filho (PB), repudiaram a fala de Gleisi Hoffmann de pedir o afastamento de Juscelino ao falar que a presidente do PT utiliza “dois pesos e duas medidas” para tratar de assuntos como esse e cobraram respeito à presunção de inocência.
“Quando atitudes dos seus aliados são contestadas — e não faltaram acusações a membros do PT na história recente do país — a parlamentar prega o direito de defesa. Quando a situação se inverte, prefere fazer pré-julgamentos”, criticaram os líderes em nota.
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