Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados

Lira diz que CPI da Petrobras depende de partidos e cobra participação ativa do governo nas discussões

Declaração foi dada após reunião com lideranças na casa oficial do presidente da Câmara; outras conversas devem ocorrer nesta terça-feira para tratar o tema

Por: Jovem Pan
Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados/Paulo Sérgio/Câmara dos Deputados

Após o anúncio da Petrobras do novo aumento no preço dos combustíveis, divulgado no final da semana passada, o presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu a criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar os diretores da estatal. Na noite da última segunda-feira, 20, após horas de reunião na residência oficial do presidente da Câmara dos DeputadosArthur Lira (PP-AL), o parlamentar disse que a criação de uma CPI depende dos partidos e que é importante uma participação mais ativa do governo federal e do Ministério da Economia nas discussões sobre a atuação da empresa.

“Se estiver com todos os embasamentos, as assinaturas necessárias, fato determinado, teria a instalação. Com relação aos outros assuntos, há um sentimento quase que unânime, se não quiser dizer unânime, por parte de todos os líderes que participaram dessa reunião, de que o Ministério da Economia e o governo federal também têm que se envolver diretamente nessas discussões”, disse o presidente da Câmara. “As situações que o Brasil passou transformaram as estatais em seres autônomos e com vida própria, muitas vezes dissociadas do governo do momento”, completou. Lira defende ainda que algumas medidas na Petrobras seriam mais rápidas se viessem por meio de medidas provisórias.

O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) disse que uma CPI não seria a solução. “É uma balança, uma cortina de fumaça, ele não quer resolver, quer fazer uma guerra ideológica para vender a empresa para os amigos que ele enriqueceu durante três anos e seis meses, fazendo a chamada PPI, a dolarização do setor de óleo e gás”, criticou o parlamentar de oposição. O presidente do Senado FederalRodrigo Pacheco (PSD-MG), também esteve na reunião, mas foi o primeiro a deixar a residência oficial da Câmara dos Deputados. Ele deve conversar com outras lideranças da Casa nesta terça-feira, 21. Segundo Lira, uma nova rodada de conversa está marcada para esta terça entre lideranças.

Enquanto os líderes estavam reunidos na residência de Lira, a Comissão de Constituição e Justiça aprovava o parecer do deputado Danilo Forte (PSB-CE) pela admissibilidade da proposta de emenda à constituição (PEC) que assegura a competitividade dos biocombustíveis em relação a combustíveis fósseis. A medida complementa o PLP18, de autoria de Forte, que reduz a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustíveis e outros itens de para 17% em território nacional. O texto aguarda sanção presidencial e deve reduzir a inflação em até 1,6% este ano.

A reunião na residência oficial do presidente da Câmara ocorreu após o presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, renunciar ao cargo e ser substituído por um interino, Fernando Assumpção Borges, então diretor-executivo de Exploração e Produção da companhia. Mauro Coelho deixou o cargo após receber pressões do Palácio do Planalto devido ao último aumento dos combustíveis, no qual o valor da gasolina passou de R$ 3,86 para R$ 4,06 por litro, o que representa um aumento percentual de 5,18%. No mesmo aumento, o valor diesel subiu de R$ 4,90 para R$ 5,61, alta de 14,6%.

*Com informações do repórter Bruno Pinheiro

Além disso, verifique

Câmara envia ao Senado projeto que reduz poder do STF

Deputados rejeitaram recurso para levar ao plenário texto que limita decisões monocráticas e impede partidos …