Moraes: bancos podem ser punidos no Brasil por sanções dos EUA

Ministro do STF, Alexandre de Moraes afirmou que instituições não podem bloquear ativos no Brasil por ordens externas vindas dos EUA

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Rosinei Coutinho/STF/Divulgação/Metrópoles

 

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STFAlexandre de Moraes afirmou que bancos brasileiros podem sofrer punições da Justiça caso acatem às sanções impostas pelos Estados Unidos e bloqueiem ativos localizados no Brasil.

Em entrevista à Reuters nesta quarta-feira (20/8), Moraes destacou que medidas estrangeiras não têm validade automática no país e que instituições financeiras que decidirem aplicar determinações norte-americanas estarão descumprindo a legislação nacional.

“Agora, da mesma forma, se os bancos resolverem aplicar a lei internamente, eles não podem. E aí eles podem ser penalizados internamente”, alertou o ministro.

Recentemente, Moraes foi alvo de sanções do governo norte-americano, o que colocou em xeque a atuação de bancos com operações internacionais.

As instituições, então, passaram a enfrentar um dilema: seguir as imposições dos EUA, que podem afetar seus negócios no exterior, ou respeitar a legislação e as decisões do STF.

O impasse provocou forte volatilidade no mercado financeiro. As ações de grandes bancos brasileiros recuaram após a divulgação das medidas norte-americanas, refletindo o temor dos investidores de que as instituições fiquem presas em uma disputa entre jurisdições.

Atitude de Dino

Na segunda-feira (18/8), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino decidiu que os municípios atingidos pelo rompimento da barragem de Mariana (MG) não poderão recorrer a tribunais estrangeiros em busca de indenizações maiores contra a mineradora Samarco.

Ao reforçar a soberania da Justiça brasileira, Dino blindou a jurisdição nacional contra cortes externas e enviou um recado mais amplo sobre a posição do país diante de pressões internacionais. Segundo o ministro, legislações estrangeiras não podem ser aplicadas automaticamente no Brasil.

Criada em 2012, no governo de Barack Obama, a Lei Magnitsky autoriza os Estados Unidos a aplicar sanções contra estrangeiros envolvidos em corrupção ou em graves violações de direitos humanos.

A legislação leva o nome de Sergei Magnitsky, advogado russo que denunciou um esquema de corrupção em seu país e morreu em 2009, aos 37 anos, em uma prisão de Moscou. Inicialmente, o dispositivo foi criado para responsabilizar os envolvidos em sua morte.

Quatro anos depois, em 2016, o alcance da lei foi ampliado, permitindo que qualquer autoridade ou cidadão estrangeiro suspeito de corrupção, ou abusos fosse alvo de punições.

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