Money Times/Por: Lorena Matos
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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e a vice-diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gina Gopinath se reuniram no último sábado (15), para discutir o combate à inflação e criação de uma Moeda Digital do Banco Central (MDCB).
Após este encontro, em sua conta no Twitter, Gopinath afirmou que teve discussões produtivas com o presidente do BC brasileiro sobre estes assuntos e elogiou sua postura acerca da política monetária.
“O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, apertou apropriadamente a política monetária para reduzir a inflação”, disse.
Apesar do apoio de Gopinath, a política monetária defendida por Campos Neto não agrada o atual governo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua ala política criticam a alta taxa Selic e questionam a lealdade de Campos Neto.
Taxa Selic a 13,75%
Estacionada em 13,75% desde agosto de 2022 e alvo de críticas do Governo Lula, espera-se corte na taxa básica de juros (Selic) em agosto deste ano.
Pesquisa da Warren Rena com agentes do mercado aponta que a maioria acredita que o início do ciclo de queda da Selic começa em agosto. Desde agosto do ano passado, a Selic está sendo mantida em 13,75%.
Segundo o levantamento, 12,9% são mais otimistas e apostam em cortes já em junho. Já 31,6% e 25,2% projetam cortes entre agosto e setembro, respectivamente.
Tem também quem aposta em um ciclo de manutenção da taxa básica de juros mais longo, com 10,3% projetando as primeiras reduções em novembro e 3,9% em dezembro.
Por outro lado, tem um grupo de 16,1% que acredita que a Selic vai encerrar o ano sem alterações.
No entanto, durante um evento organizado pela XP em Washington, na semana passada, Campos Neto disse que a inflação no Brasil caiu, mas pressões permanecem em meio a um componente de demanda “relativamente forte”.
Ele ainda lembrou que as expectativas de inflação de longo prazo estavam ancoradas em 2022, mas desde novembro passado iniciou-se um processo de deterioração.
A fala sugere que eventuais cortes na Selic serão muito bem estudados pelo Banco Central e que a autoridade monetária pode esperar por mais dados econômicos para tomar sua decisão.
* Com Juliana Américo