Aumento das temperaturas está relacionado à umidade; Brasil já enfrenta terceira onda de calor apenas neste ano
Nesta semana, uma nova onda de calor tomou conta do Brasil e deve se intensificar em parte do país ainda nos próximos dias.
Conforme o Inmet, nesta sexta-feira (15), 24 estados e o Distrito Federal estão em alerta para algum tipo de perigo envolvendo a onda de calor ou chuvas intensas. Só em 2024, essa já é a terceira onda de calor registrada no país.
Mas afinal, o que são as ondas de calor e como elas se formam?
A porta-voz da Climatempo, Maria Clara Sassaki, explica que uma onda de calor acontece quando a temperatura fica pelo menos cinco graus acima da média, por mais de cinco dias seguidos.
Sassaki explica que a temperatura está relacionada com a umidade: “quando o ar está úmido, a temperatura fica mais baixa, e quando o ar está seco, o calor aumenta.”
Ou seja, a onda de calor é consequência de uma massa de ar seco que é proveniente de bloqueios atmosféricos, mais comuns nos meses de inverno, mas que também podem acontecer no verão.
“Um bloqueio atmosférico é uma circulação de ventos no alto da atmosfera, que impede o avanço de frentes frias do Sul para o Sudeste. Como as frentes frias transportam umidade, durante um período de bloqueio, essa umidade não chega no continente e, por isso, o ar seco ganha força e o calor aumenta”, explica a Sassaki.
Esse forte centro de alta pressão atmosférica que está sobre o Sul do Brasil nesta semana vai se mover gradualmente rumo ao Sudeste, estendendo a onda de calor até o fim do verão, no dia 20 de março.
O fenômeno El Niño tem impacto nessa onda?
Maria Clara ainda aponta que a “culpa” não é só do El Niño, fenômeno que está presente desde a metade de 2023 e aquece as temperaturas da superfície dos oceanos no Pacífico oriental e central.
“O El Niño potencializa os eventos severos, como as ondas de calor, porque deixa a atmosfera mais quente que o normal, mas também temos as mudanças climáticas que contribuem bastante para as alterações de padrão”, relata.
Até o ano de 2022, o fenômeno climático oposto que atuava. Conhecido como La Niña, ele é capaz de deixar a atmosfera mais resfriada, potencializando as ondas de frio.