INFORMATIVO FLUMINENSE NOTÍCIA EM GERAL
O corte da Opep na produção de petróleo fez o preço da commodity disparar; e aqui no Brasil uma petroleira está melhor posicionada para “surfar” esta alta
Money Times/Seudinheiro/Isabelle Santos
No último fim de semana, a Organização do País Exportadores de Petróleo, a Opep, anunciou mais um corte na produção da commodity.
A estimativa é de que, até o final do ano, a redução chegue a 1,66 milhão de barris por dia (bpd), o que representa 1% do total fabricado atualmente.
Entre os países integrantes da Opep, a Arábia Saudita será responsável por um corte de 500 mil bpd, seguida de Iraque (211 mil bpd) e Emirados Árabes (144 mil bpd).
A expectativa é de que seja uma redução gradual, com início em maio, que pode gerar um maior equilíbrio na oferta e demanda da commodity.
Assim, a notícia já foi o suficiente para fazer com que os contratos futuros do petróleo tipo Brent disparassem mais de 6% ao longo da segunda-feira (3).
A decisão da Opep também contagiou as petroleiras listadas na bolsa brasileira. A Petrobras (PETR4), por exemplo, apresentou alta de 3,41% no último pregão.
Contudo, os analistas da Empiricus Research acreditam que a estatal não é a melhor escolha para quem deseja “surfar” a alta do petróleo.
Segundo os especialistas da casa, há uma outra ação de petroleira livre de interferências estatais que está melhor posicionada para pegar esse movimento.
Além de ser a petroleira mais barata da bolsa, a ação desta companhia pode valorizar mais de 80% na cotação atual.
Petrobras (PETR4) pode ficar só ‘olhando’ a valorização do petróleo
Não é de hoje que o mercado está mais receoso com a Petrobras e o motivo é que, desde a eleição do presidente Lula, a companhia se tornou alvo de questionamentos sobre possíveis interferências políticas.
Este é justamente o fator que pode impedir a companhia de ter mais lucros com a alta do petróleo. O atual governo tem uma visão de que a estatal deve atender mais aos interesses do povo ao invés dos acionistas.
Com esta visão, o governo pode realizar uma série de mudanças na gestão da Petrobras, entre elas a política de preços.
Atualmente, a petroleira adota a paridade internacional. Ou seja, a companhia segue as cotações internacionais do petróleo e do dólar para definir os preços domésticos.
Entretanto, o analista da Empiricus Research Ruy Hungria aponta que estamos próximos de uma nova definição da política de preços dos combustíveis.
Nesse sentido, pode ser que o governo decida adotar uma política com maior interferência, “ignorando” as variações do mercado internacional.
O receio de boa parte do mercado é que a Petrobras não possa repassar o aumento de preços aos seus compradores, assumindo o prejuízo.
Caso isso aconteça, o cenário de alta no preço dos combustíveis poderia ser até prejudicial para a petroleira estatal.
Por conta dos riscos políticos que pesam sobre a Petrobras atualmente é que a ação já não faz parte de algumas carteiras da Empiricus Research.
Em contrapartida, os analistas acreditam que é possível “surfar” a alta do petróleo investindo nas ações de outra companhia:
VEJA A MELHOR AÇÃO DE PETROLEIRA PARA PODER LUCRAR COM ALTA DA COMMODITY
Uma petroleira que pode valorizar mais de 80%
Diferente da Petrobras (PETR4), a petroleira recomendada pelos analistas da Empiricus Research não é tão grande quanto a estatal, e muito menos tem um pré-sal para chamar de seu.
Ao contrário, o negócio desta petroleira está baseado em comprar poços que a Petrobras não tem mais interesse e revitalizá-los para continuar explorando.
Trata-se de um negócio arriscado e pouco praticado no Brasil. Por esse motivo, as ações da petroleira são as mais baratas do setor. Veja só:
Acontece que o mercado estava esperando que a companhia começasse a dar resultados para poder investir, algo que já vem acontecendo. Em um ano, a companhia conseguiu aumentar em 37% a sua produção.
Com isso, ao longo de 2022, as ações dessa companhia tiveram uma leve valorização, cerca de 12%, mas ainda está muito longe do que os analistas da Empiricus Research acreditam que seja o “preço justo” para esta companhia.
De acordo com os analistas, a ação desta petroleira deveria ser negociada em algo perto de R$ 55. Entretanto, o preço da ação no último fechamento (3) era de R$ 29,93. Isso significa um potencial de valorização de 83%.
Assim, neste cenário de alta do petróleo, esta companhia, que não está ligada ao governo, pode ser beneficiada. Durante o programa “Giro de Mercado”, o analista Ruy Hungria recomendou aos investidores “ter um pouco desta ação na carteira”.
