Sem votação no CNPE, paralisação da obra de Angra III causa prejuízo de R$ 100 milhões por mês
Por: Ascom

“Existe uma frase do grande economista Roberto Campos que diz que o Brasil não perde uma só oportunidade de perder oportunidade, e mais uma vez perdemos a oportunidade de votar a continuidade da obra de Angra III no Conselho Nacional de Política Energética (CNPE)”. Essa é a constatação do presidente da Frente Parlamentar Mista de Tecnologia e Atividade Nuclear, deputado Julio Lopes (PP). Segundo o parlamentar, essa falta de interesse para o término da obra é uma grande perda para o país, já que a paralisação tem um custo de R$ 100 milhões mensais e sem nenhum ganho energético, de competitividade, geopolítico, tecnologia e principalmente para aqueles que aspiram trabalho e respiram a usina e o setor nuclear brasileiro, uma verdadeira lástima que será cobrada pela sociedade.
– Desde dezembro de 2024 que a decisão sobre o término das obras da usina de Angra III vem sendo adiada, apesar do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, já ter manifestado interesse que a votação no CNPE ocorresse. O Brasil comete um enorme desastre administrativo ao não retomar imediatamente a construção da usina nuclear Angra III, que já conta com mais de 63% de sua complexa obra realizada e sua paralisação seria um crime contra a economia e o sistema elétrico do Brasil – afirmou.
Julio lembra ainda que é preciso que a sociedade entenda a importância e a grandiosidade da obra. Para se ter uma idéia, a Argentina tinha uma usina igual a do Brasil e que ficou parada por cerca de 20 anos, sendo que ela é metade de Angra III. Em três anos os argentinos conseguiram concluir a obra e hoje ela está em pleno funcionamento e atendendo o problema energético daquele país. Ele destaca também que Angra III é a terceira maior usina nuclear do Brasil com uma capacidade energética de 1.400 megawats, gerando enorme economia para milhões de consumidores.
– O sistema nuclear brasileiro é extremamente rentável, de alta performance e com um setor de capacidade de mais de 90%, onde já foram investidos cerca de R$ 11 bilhões de reais nas obras. Por isso é preciso que haja maior transparência em relação ao cronograma, custos, modelo de financiamento e o impacto no setor elétrico. Tivemos um crescimento de 1,2% no trimestre, acumulamos a oitava queda seguida do dólar; e mesmo assim continuamos sem cuidar da retomada de Angra III, o que é um equívoco nacional e internacional – disse.