A população ocupada no Brasil foi de 100,2 milhões de pessoas, e atingiu o seu maior contingente desde o início da série histórica, no 1º trimestre de 2012
EXAME/André Martins
A taxa de desemprego ficou em 7,6% no trimestre encerrado em outubro de 2023. O resultado representa uma redução de 0,3 ponto percentual em relação aos três meses anteriores. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta quinta-feira, 30 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A expectativa do mercado financeiro era de uma taxa de 7,7%.
Essa foi a menor taxa de desocupação desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2015, quando ficou em 7,5%. A população desocupada chegou a 8,3 milhões de pessoas, menos 261 mil, ou 3,6%, do que no trimestre anterior.
A população ocupada foi de 100,2 milhões de pessoas, o maior contingente desde o início da série histórica, no 1º trimestre de 2012. O número é 0,9% maior que do trimestre anterior e 0,5% acima do mesmo período de 2022, com mais de 545.000 pessoas empregadas.
Com isso, o nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) foi estimado em 57,2%, alta de 0,4 p.p. frente ao trimestre de maio a julho. “A população ocupada segue tendência de aumento que já havia sido observada no trimestre anterior”, disse Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, em nota.
Por que o desemprego caiu em outubro de 2023?
A pesquisa mostra que o número de empregados com carteira assinada no setor privado chegou a a 37,4 milhões, o maior contingente desde janeiro de 2015, quando registrou 37,5 milhões. Esse número representa um crescimento de 1,6% (mais 587 mil) em comparação com o tri anterior e uma alta de 3% (mais de 1,1 milhão de pessoas) no comparativo anual. Empregados por contra própria, com alta de 1,3%, e empregados sem carteira assinada no setor privado também explicam a queda do desemprego no trimestre encerrado em outubro.
Rendimento médio real cresce
Segundo o IBGE, o rendimento médio real no período foi estimado em R$2.999, alta de 1,7% em relação ao trimestre encerrado em junho e de 3,9% frente ao mesmo período do ano passado. A explicação para esse avanço da renda é a expansão dos empregos de carteira assinada. “A leitura que podemos fazer é que há um ganho quantitativo, com um aumento da população ocupada, e qualitativo, com o aumento do rendimento médio”, explica Beringuy.
A massa de rendimento atingiu pelo segundo trimestre seguido o maior patamar da série história da pesquisa, ao ser estimada em R$ 295,7 bilhões. Frente aos três meses anteriores, o aumento foi de 2,6%. Na comparação com o trimestre encerrado em outubro de 2022, uma expansão de 4,7%.